sábado, 21 de novembro de 2009
A Rela-comum
A Rela-comum, Hyla arborea, habita os canaviais, junto às linhas de água. É um animal de hábitos nocturnos. Por este facto, e devido à sua fantástica camuflagem, a rela raramente é vista, sendo muito mais fácil ouvir o seu canto, algo semelhante ao da rã comum, pelo menos para os menos experientes.
É uma espécie de anuro, isto é, um anfíbio sem cauda. De pequeno tamanho, raramente ultrapassa os 50 mm. Dorso geralmente verde, podendo ser castanha, amarelada ou mesmo azul. Em cada flanco apresentam uma banda escura, com margem clara, que se estende da narina à base da pata posterior. O ventre é esbranquiçado ou amarelado. A sua coloração pode variar muito conforme a humidade e a temperatura. Os membros são compridos e apresentam 5 dedos nas patas posteriores e 4 nas anteriores. Os dedos terminam em discos adesivos o que lhes permite ter hábitos trepadores. Os olhos são salientes, a pupila horizontal elíptica com a íris dourada. O tímpano é pequeno mas bem visível. As fêmeas são geralmente maiores que os machos.
Essencialmente nocturna, pode também ser vista de dia, junto à água, normalmente em canaviais, onde a sua cor a mimitiza na perfeição. Nas regiões mais frias pode hibernar. A reprodução ocorre na Primavera. Os machos chegam primeiro aos locis de reprodução e atraem as fêmeas através do seu canto. As fêmeas depositam até cerca de 1500 ovos. As larvas eclodem dois ou três dias depois, e desenvolvem-se durante cerca de dois ou três meses. Em liberdade, a rela-comum pode viver cerca de 10 anos.
Quando adultas alimentam-se essencialmente de invertebrados como formigas, aranhas e moscas. Os girinos são herbívoros. Os seus principais predadores são as cobras-de-água, e aves como as garças, gaivotas, corujas e os peneireiros. As larvas são predadas sobretudo por aves aquáticas, como a galinha-de-água, e por insectos aquáticos carnívoros.
Habita as zonas húmidas, charcos, lagos e cursos de água. Em Portugal aparece desde o nível do mar até cerca dos 1800 metros de altitude, na Serra da Estrela. Mas a sua distribuição é descontínua e está ausente do Algarve e do interior alentejano. Ocorre em toda a Europa, excepto na nas ilhas britânicas, países nórdicos e entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Os seus efectivos têm vindo a diminuir, devido, essencialmente, ao desaparecimento das zonas húmidas, assim como a contaminação das águas através, entre outros, de químicos agrícolas. O corte da vegetação ribeirinha também afecta as populações deste anfíbio.
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