sábado, 21 de novembro de 2009

Garça-vermelha


Nome comum
Garça-vermelha

Nome científico
Ardea purpurea

Identificação
Os elementos vermelho púrpura da plumagem são difíceis de ver à distância. A voar, a curva dianteira formada pelo pescoço recolhido é menos redonda do que a garça-real, formando um "gancho" mais pronunciado. A cabeça e o pescoço são mais delgados, bico mais uniformemente estreito d não em forma de punhal e os dedos são mais compridos, o dedo traseiro permanece erecto durante o voo. Tem uma postura de camuflagem parecida com a do abetouro-comum.

Habitat
Ocorre sobretudo em zonas húmidas com áreas de vegetação densa de caniçais. Prefere águas eutróficas pouco profundas, paradas ou com pouca corrente; de substrato arenoso, sedimentar, lodoso ou com vegetação, e ausente de rochas ou outro tipo de obstáculos. Frequenta estuários, rias, lagoas costeiras, valas, açudes, barragens e pequenos canais e diques que pertencem aos sistemas de irrigação dos arrozais. Descansa quer de noite quer de dia, tanto em sítios abertos como em zonas com vegetação aquática mais densa.

Reprodução
Os ninhos são construídos junto ou sobre a água, geralmente em caniçais inundados (caso contrário esta espécie abandona o ninho). Menos frequentemente em arbustos ou árvores. Normalmente estes situam-se a 0.5-1.0m acima do nível da água e a 30m da margem. Constituídos por uma pilha de caniçais bem desenvolvidos, especialmente Typha, ou então pequenos galhos ou ramos quando feitos em árvores. Na época de nidificação encontram-se em pequenas e dispersas colónias ou sozinhos, em sítios abrigados. Com os ninhos perto uns dos outros, podem estar dispersos ou entre ninhos de outras aves da mesma família. Os ninhos dos anos anteriores não voltam a ser ocupados. Espécie monogâmica, de duração sazonal. Ambos os progenitores cuidam dos juvenis, até à fase em que atingem o desenvolvimento que lhes permita tornarem-se independentes. As crias são nidícolas.

Curiosidades
Os indivíduos alimentam-se isoladamente ao final do dia, numa pequena área, quer sob vegetação flutuante quer em águas poucos profundas com vegetação densa. Alimentam-se principalmente peixes e insectos (larvas e adultos). Em menor quantidade de pequenos mamíferos e anfíbios, cobras (Natrix), lagartos (Lacerta) e ocasionalmente aves, crustáceos, moluscos e aranhas.

Guarda-rios


Guarda-rios, martim-pescador ou pica-peixe são os nomes comuns dados às aves coraciformes pertencentes às famílias Alcedinidae, Halcyonidae e Cerylidae. No total, o grupo inclui 91 espécies, classificadas em 18 géneros. O grupo está presente em todos os continentes, excepto nas regiões polares e na maioria das ilhas oceânicas.Também vivem em manguezais. A maior diversidade encontra-se nas zonas de clima tropical, em particular na Oceania, enquanto que nas Américas ocorrem apenas seis espécies da família Cerylidae. O grupo habita zonas florestadas, preferencialmente junto de rios ou lagos.

Os guarda-rios são aves de pequeno a médio porte (10 a 46 cm de comprimento), de plumagem colorida e pescoço curto, com cabeça relativamente grande em relação ao corpo e um bico longo e robusto. As asas são arredondadas e a cauda é curta na maioria das espécies. As patas são pequenas e sindáctilas com os dedos frontais fundidos. No adulto, o bico e as patas são bastante coloridos, normalmente em tons de encarnado, laranja ou amarelo. A plumagem é exuberante com frequência de cores azuis ou verdes. A forma do bico varia consoante o tipo de alimentação, sendo achatada lateralmente nas espécies piscícolas ou dorso-ventralmente nas insectívoras. Os guarda-rios que se alimentam no solo à base de frutos têm o bico bastante mais curto. A maioria das espécies não apresenta dimorfismo sexual. Os juvenis são semelhantes aos adultos e distinguem-se pela plumagem menos colorida.

Os guarda-rios são aves monogâmicas que formam casais permanentes na maioria das espécies. Há no entanto exemplos onde o casal reprodutor é auxiliado nos cuidados parentais por membros subordinados do grupo, frequentemente crias da postura anterior. Poligamia ocorre apenas no guarda-rios comum. A frequência de postura, feita sobretudo em cavidades no solo construidas por outros animais, varia de acordo com as espécies e condições ambientais entre 1 a 4 vezes por ano. Cada postura tem em média 3 a 6 ovos, que são incubados por ambos os membros do casal durante duas a quatro semanas. Os juvenis são totalmente dependentes dos pais durante as três a oito semanas seguintes. Quando as crias começam a voar, o casal diminui drasticamente a quantidade de comida que trás aos filhos para os incentivar a procurar alimentos sozinhos. Esta fase dura em média um mês, após o que o casal expulsa as crias do território.

O tipo de dieta dos guarda-rios varia de acordo com a espécie e com as condições ambientais. A maioria é bastante adaptável e consome peixes, insectos ou pequenos vertebrados, existindo também exemplos de guarda-rios frutícolas. As espécies piscícolas contam com o apurado sentido de visão para localizar a presa dentro de água, que caçam através de mergulhos picados. Os guarda-rios adultos não fazem parte da dieta fundamental de nenhum outro animal graças à sua rapidez, mas os ninhos e os juvenis estão mais expostos e podem ser atacados por cobras, doninhas ou primatas. Os predadores conhecidos do grupo são sobretudo aves de rapina.

Os guarda-rios são aves diurnas e sedentárias, havendo no entanto exemplos de espécies parcialmente migratórias. São bastante territoriais que podem ter um comportamento extremamente agressivo para com intrusos, mesmo de outras espécies de aves ou até mamíferos. Os guarda-rios são aves barulhentas com vários tipos de vocalização usadas em diferentes ocasiões, o que sugere alguma forma de comunicação entre membros da espécie.

O IUCN lista 24 espécies de guarda-rios como vulneráveis ou em perigo e não ocorreu nenhuma extinção recente dentro do grupo. Estas aves são no entanto ameaçadas pela redução de habitat, poluição dos rios e envenenamentos por pesticidas

Coruja-das-torres



A coruja-das-torres (Tyto alba) é uma coruja da família dos titonídeos, também conhecida pelos nomes de coruja-da-igreja, coruja-branca, coruja-católica e rasga-mortalha.Habitam em diversos lugares do mundo, em geral, em todos os continentes exceto a Antártica, gostam de lugares abertos e com climas que variam de temperados à tropical.

Descrição
Medem de 29 a 44 cm quando adultas e seu peso varia de 250 a 700 g., as fêmeas são geralmente 25% maiores que os machos, podem viver até 10 anos em ambiente selvagem, a Coruja-das-torres mais velha conhecida vivia em cativeiro na Inglaterra e ja havia completado 25 anos quando deixou de por ovos. É uma ave de médio porte, com cores castanho-claro e manchas pretas nas costas e parte de trás da cabeça, além de pequenas e finas manchas pretas ou marrom escuras espalhadas por todo o corpo exceto na parte interna das asas (parte "de baixo"). Seu peito, e toda parte inferior do corpo, tal como a área interna das asas são de cor branca, podendo também apresentar-se na cor branco-acinzentado ou branco amarelado. A plumagem é suave e densa, com delicadas extremidades nas asas para abafar o som produzido pelas mesmas ao se moverem. As asas são redondas nas bordas e tem curvatura bastante suave, medem em média 107 cm em membros adultos. Os grandes olhos frontais são cônicos como é comum a um strigiforme, tem excelente visão tanto diurna quanto noturna. As linhas lacrimais seguem dos olhos até o bico. Bico tem forma de gancho para dilacerar carne. O pescoço tem área de "giro" de 270° para compensar o fato de seus olhos serem imóveis, elas costumam balançar a cabeça da esquerda para a direita quando estão curiosas ou analisando o ambiente, pois assim elas aumentam a área que visualizam e podem visualizar as imagens tridimensionalmente. A cauda é utilizada como estabilizador durante o bote. As pernas longas e poderosas amortecem o impacto das aterrisagens e estão cobertas de penas brancas até o tarso, onde geralmente não há abundância de penas. Os ouvidos assimétricos permitem localizar as presas no escuro pois sua capacidade auditiva lhe permite diferenciar o tempo que o som chega em cada ouvido, os grandes discos faciaias atuam como uma antena nesse complexo sistema auditivo, recolhendo sons o canalizando-os para os ouvidos.

Hábitos
É uma ave naturalmente noturna e frequêntemente apresenta alguma atividade crepuscular. Tyto Albas encontrados em atividade durante o dia estão geralmente famintos ou buscando alimento para sua ninhada, permanecem durante o dia em fendas em árvores, cavidades em rochedos, forros ou sótão de casas, torres de igreja, etc. Costumam banhar-se em poças d'água e pequenos córregos. Seu voo extremamente silencioso dá-se devido a sua adaptação a caças noturnas, sua aproximação não é identificada pela presa que é facilmente capturada. São encontradas solitárias ou aos pares, geralmente são sedentárias, não saindo de uma região depois de instaladas. A área de seus territórios compreendem um raio de 7,4 Km em média.

Voz
A sua vocalização é um grito rouco, que se assemelha ao ruído de tecido sendo rasgado. Apresenta um piar agudo quando se fere ou machuca, que também é vocalizado repetidas vezes para o acasalamento. Se surpreendida no seu esconderijo ou empoleirada, começa então a repetidas vezes reproduzir um som de estalar, chocando sua língua ao bico. As crias emitem um som de pedido como de um ressonar ruidoso.

Alimentação

As corujas-das-torres são animais noturnos altamente dotados para caçar pequenas aves, invertebrados, roedores, pequenos lagartos e anfíbios. A sua principal ferramenta de caça é a sua aguçada audição que lhes permite ouvir sons e definir a posição da presa na escuridão total. Voam baixo, assim elas escutam os movimentos de suas presas e identificar facilmente obstáculos próximos pelo eco de seu quase inaudivel bater de asas. A coruja posiciona as pernas para a frente e esticando as suas garras afiadas, posicionando 3 garras para frente e uma para trás para apanhar a sua presa, invertebrados elas costumam comer vivos e inteiros, enquanto que pequenos vertebrados são mortos por asfixia, apertando forte as garras contra o peito deles. Suas presas são geralmente engolidas inteiras, presas muito grandes são desmembradas ou então arrancando pequenos pedaços e comendo-os, também não é raro encontrar Tyto albas que normalmente comam presas pequenas por partes ou arrancando pequenos pedaços antes de engolir o resto da presa de uma única vez, acredita-se que façam isso para saborear a carne e o sangue, aparentemente a bílis não lhe é desagradável apesar do forte odor, esse incomum hábito alimentar já foi identificado em alguns Tyto Alba em cativeiro possuídas por falcoeiros brasileiros. Cerca de 8 a 10 horas mais tarde elas regurgitam um única pelota de material que não conseguiu digerir, essa pelota úmida e preta (chamada de cast ou pellet em inglês) geralmente contém coisas como ossos, dentes, restos de carapaça de invertebrados, penas e pelos. Também é comum a Tyto albas nunca beberem água, retirando todo o líquido de que necessitam da carne que consomem.

Reprodução
Quando as corujas-das-torres acasalam, tornam-se parceiros para a vida toda. Se reproduzem pelo menos 1 vez ao ano em qualquer época, definido apenas pela quantidade de comida disponível em seu território. O macho inicia a corte chamando a fêmea, ele faz um vôo de exibição, incluindo fortes batidas de asas. O par usa como ninho geralmente os mesmos locais que ja usavam anteriormente. A fêmea pôe os ovos em uma cavidade escura e incuba-os. Cada ovo é posto com 2 ou 3 dias de diferença para que choquem em tempos diferentes. Os progenitores estão sempre caçando em turnos, evitando deixar a prole sozinha, quando isso ocorre a chance de que seus filhotes sejam atacados por corvos ou outros predadores é grande. As crias mais velhas são alimentadas primeiro e por vezes as mais novas morrem de fome, as mais velhas comem então as suas irmãs já mortas, asseguramdo a sua sobrevivência. As Tyto Albas ganham peso até o quinto ou sexto mês de vida, quando começam a gradualmente perder peso e reduzir seu apetite, chegando então à fase adulta.

Habitat
Encontrada em praticamente todos os habitats, com preferência por matas esparsas. Habita em cavernas, telhados de celeiros, prédios e em torres de igrejas, de onde leva um de seus nomes mais populares. É uma das aves com maior distribuição no planeta. Habita todos os continentes com exceção da Antártida.

A Rela-comum



A Rela-comum, Hyla arborea, habita os canaviais, junto às linhas de água. É um animal de hábitos nocturnos. Por este facto, e devido à sua fantástica camuflagem, a rela raramente é vista, sendo muito mais fácil ouvir o seu canto, algo semelhante ao da rã comum, pelo menos para os menos experientes.

É uma espécie de anuro, isto é, um anfíbio sem cauda. De pequeno tamanho, raramente ultrapassa os 50 mm. Dorso geralmente verde, podendo ser castanha, amarelada ou mesmo azul. Em cada flanco apresentam uma banda escura, com margem clara, que se estende da narina à base da pata posterior. O ventre é esbranquiçado ou amarelado. A sua coloração pode variar muito conforme a humidade e a temperatura. Os membros são compridos e apresentam 5 dedos nas patas posteriores e 4 nas anteriores. Os dedos terminam em discos adesivos o que lhes permite ter hábitos trepadores. Os olhos são salientes, a pupila horizontal elíptica com a íris dourada. O tímpano é pequeno mas bem visível. As fêmeas são geralmente maiores que os machos.

Essencialmente nocturna, pode também ser vista de dia, junto à água, normalmente em canaviais, onde a sua cor a mimitiza na perfeição. Nas regiões mais frias pode hibernar. A reprodução ocorre na Primavera. Os machos chegam primeiro aos locis de reprodução e atraem as fêmeas através do seu canto. As fêmeas depositam até cerca de 1500 ovos. As larvas eclodem dois ou três dias depois, e desenvolvem-se durante cerca de dois ou três meses. Em liberdade, a rela-comum pode viver cerca de 10 anos.

Quando adultas alimentam-se essencialmente de invertebrados como formigas, aranhas e moscas. Os girinos são herbívoros. Os seus principais predadores são as cobras-de-água, e aves como as garças, gaivotas, corujas e os peneireiros. As larvas são predadas sobretudo por aves aquáticas, como a galinha-de-água, e por insectos aquáticos carnívoros.

Habita as zonas húmidas, charcos, lagos e cursos de água. Em Portugal aparece desde o nível do mar até cerca dos 1800 metros de altitude, na Serra da Estrela. Mas a sua distribuição é descontínua e está ausente do Algarve e do interior alentejano. Ocorre em toda a Europa, excepto na nas ilhas britânicas, países nórdicos e entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Os seus efectivos têm vindo a diminuir, devido, essencialmente, ao desaparecimento das zonas húmidas, assim como a contaminação das águas através, entre outros, de químicos agrícolas. O corte da vegetação ribeirinha também afecta as populações deste anfíbio.

BIORIA: Percurso de Salreu




Parte integrante da Ria de Aveiro, a região do Baixo Vouga Lagunar abrange uma área de cerca de 4600 hectares abrangendo os Concelhos de Aveiro, Estarreja e Albergaria-a-Velha. Esta área foi desde cedo explorada e modelada pelo homem que, atraído pelos seus inúmeros recursos naturais, aí se fixou.

Como resultado desta secular relação, a área adquiriu uma enorme diversidade de habitats que acolhem uma valiosa comunidade faunística e florística, tornando-se detentora de um inestimável Património Natural.

Com vista à sua protecção e divulgação, implementou-se, ao longo das marinhas e do Esteiro de Salreu, no Concelho de Estarreja, o primeiro de uma série de percursos de Natureza, desenhado de modo a que possa explorar de forma prática e divertida os segredos da vida selvagem.

Percurso de Salreu
O “Percurso de Salreu” atravessa áreas designadas por sapal e paul, bem como terrenos de cultivo, essencialmente arrozais, de enorme beleza. É de natureza circular, tendo o seu início e término junto ao antigo porto de Salreu, na boca do Esteiro com o mesmo nome.

Com uma extensão aproximada de 8,5 km, que podem ser realizados a pé ou de bicicleta, todo este percurso é acompanhado por placas ilustradas com informações sobre os ecossistemas, as espécies animais e vegetais, os seus costumes, bem como a melhor forma de os observar.

Ao percorrê-lo poderá apreciar alguns dos mistérios da vida selvagem, tendo apenas, para isso, que prestar alguma atenção. Repare nos detalhes mais subtis, escute o distante canto do rouxinol, ouça o restolhar entre as ervas, observe o imponente voo da cegonha e deslumbre-se com a paisagem. Aventure-se e venha descobrir alguns dos segredos que a Natureza tem para lhe revelar.

Como chegar
Para chegar até este percurso adopte um dos vários caminhos, que conduzem à estrada nacional que atravessa a cidade de Estarreja e a freguesia de Salreu – a EN 109. Se vier de Aveiro, basta seguir a IP5 até à saída de Estarreja. Depois, siga pela EN109 até Salreu, vire em direcção ao apeadeiro e pare o carro.

Se vier do Norte, pela A1 ou pela A29 (IC1), ou do Sul, pela A1, encontrará também uma saída para Estarreja. Entre na EN109 e, após passar pelo centro desta bela cidade, continue para Sul em direcção a Aveiro. Contorne a rotunda do Hospital Visconde de Salreu, continue rumo à vila de Salreu e, logo após passar a rotunda da Igreja Paroquial de São Martinho em direcção a Aveiro, vire no caminho à direita que conduz ao apeadeiro de Salreu e estacione por aí o carro. Ao fundo, cerca de 50 metros após atravessar a linha do comboio, encontrará o início do “Percurso de Salreu”.

Se preferir, pode ainda deslocar-se até este percurso de comboio, sair no apeadeiro de Salreu e começar imediatamente a visita.

Como observarOpte pelo princípio da manhã ou pelo fim da tarde, evitando assim as horas de maior calor que torna a observação mais cansativa e menos vantajosa. Para além disso, durante estas horas os animais permanecem geralmente em repouso;

Evite fazer ruído ou movimentos bruscos, caminhe em silêncio, falando em voz baixa, porque, para além de não perturbar as espécies, consegue aproximar-se delas e detectá-las mais facilmente.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A osga-moura


A osga-moura (Tarentola mauritanica) é uma espécie de osga que é vulgarmente encontrada em Portugal. É uma osga de tamanho médio, atingindo cerca de 8,5 cm. Tem um aspecto achatado, com uma grande cabeça bem destacada do corpo, com olhos grandes e redondos. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, as osgas não são venenosas e até são muito benéficas pois alimentam-se de vários insectos (incluindo moscas e mosquitos) e de aranhas.

Vivem em toda a península Ibérica. Em Portugal são abundantes no centro e sul do país, sendo muito raras no norte.

Gostam de viver em zonas rochosas ou pedregosas, no entanto também se dão bem em zonas urbanas, onde aparecem principalmente em muros, habitações velhas ou troncos apodrecidos, mas também em casas habitadas.

Hibernam entre Novembro e Fevereiro. De inverno, antes de hibernar, aparecem de dia pois gostam de apanhar um pouco de sol; no verão só aparecem de noite, para evitar as horas de mais calor.

A sua alimentação é feita à base de formigas, aranhas, escaravelhos, moscas, mosquitos e traças. No verão, à noite, posicionam-se perto de luzes à espera dos insectos que são atraídos por estas.

Normalmente reproduzem-se duas vezes por ano, uma em Março/Abril e outra em Junho/Julho. Nestas alturas apresentam um comportamento territorial muito acentuado.

A deposição dos ovos é feita em grupo, aparecendo no mesmo local ovos de fêmeas diferentes.

As pessoas pouco esclarecidas pensam que estes animais são perigosos e venenosos, e por essa razão sempre que as vêem tentam matá-las, o que põe em causa a sobrevivência desta espécie. Um dos meios para ajudar à preservação desta espécie passa pela sensibilização das pessoas para a utilidade da mesma como forma de controlar a população de insectos.

Raposa da Antartida


A Raposa-do-ártico (Alopex lagopus), também conhecida por raposa-polar, é uma raposa de pequenas dimensões existente no Hemisfério Norte. Apesar de alguns classificadores a terem colocado no género Vulpes, este animal de há muito é considerado como único membro do género Alopex.



Tem 50 cm a 1 metro de comprimento e,até os ombros, tem 28 cm de altura. Pesa de 2,5 a 7 kg. vive de 3 a 10 anos. A pelagem da raposa varia conforme a estação do ano, sendo branca no Inverno e castanha-parda no Verão. A camada de pêlo externo da raposa cobre o denso, espesso e muito quente pêlo de baixo. Tem pequenas orelhas revestidas de pêlo que ajudam a reter o calor. As patas são relativamente grandes para evitar que ela afunde na neve fofa e têm pêlo lanudo nas patas que funciona como antiderrapante e confere isolamento. A cauda é pequena, espessa e densa, medindo 30 cm.

As raposas do ártico cobrem vastas distâncias algumas mais de 2.300 km todos os anos procurando comida. Acasalam com o mesmo par toda a vida e enquanto estão procriando, partilham o território com outros casais, geralmente construindo a toca em uma zona abrigada e sem gelo ou entre pedras. Essas tocas são complexas na sua contrução, chegando a atingir 250 entradas. Algumas têm utilização contínua ao longo da mais de 300 anos. A raposa usa a toca como esconderijo para o mau tempo, despensa para armazenar comida que sobra, abrigo para as crias ou para a fuga de predadores, mas não hiberna nela. Quando o tempo está muito ruim, escava uma cova na neve, enrosca-se e enrola a cauda à volta dos pés e pernas para se aquecer.

As raposas do ártico caçam lemimgues, ratos e outros pequenos mamíferos. Também apanham caranguejos e peixes na costa, bem como aves marinhas e seus ovos. A carne putrefata é uma parte importante da sua dieta; elas seguem os ursos-polares para se banquetearem com os restos das suas matanças de focas. As raposas do ártico também comem bagas. Em épocas de fartura, armazenam as sobras de carne em suas tocas, alinhando ordenadamente aves sem cabeça ou cadáveres de mamíferos. Essas reservas são consumidas nos meses de inverno.

No início do verão, um casal de raposas do Ártico produzem uma ninhada de em média seis à dez crias.O periodo de gestação da raposa do ártico dura 50 dias. Os progenitores e ocasionalmente outras fêmeas ajudantes tratam as crias. Elas são desmamadas com cerca de nove semanas e deixam a toca com 15 semanas. Durante sua permanência no ninho, as crias e os seus progenitores comem cerca de 4 mil lemingues, sua presa favorita. Os números de raposas do ártico estão ligados à disponibilidade da sua presa e variam de acordo com ela.

A Raposa do Ártico, aguenta a temperaturas muito frias, como -50°C. No folclore escandinavo, pensava-se que as raposas do ártico provocavam a Aurora Boreal, ou Luzes do Norte, que brilham no céu noturno. Na realidade, a palavra antiga para a Aurora Boreal em finlandês era "revontulet" que significa fogo da raposa. A maternidade sexual da raposa é com 10 meses, pois elas vivem de 3 a 10 anos